Primeiramente, a economia sempre esteve presente na humanidade, muito antes de se tornar matéria de estudo. Sua principal função é servir o homem, de modo a acelerar o seu desenvolvimento; é, logo, um meio para nosso bem-estar, e nunca deve fugir a essa prerrogativa.
A vida do homem é indissociável de duas esferas: a natureza humana e a natureza biológica. A economia ora se permuta nas fronteiras, ora está inclusa em uma ou nas duas esferas. A partir do momento em que a economia passa a englobar esses dois conjuntos, há um desequilíbrio e as coisas começam a ficar insustentáveis. Mas falemos mais da economia em si.
Como todas as ciências, ela deve ser analisada de acordo com as circunstâncias. Por exemplo: ao se jogar um elefante do alto de uma torre, a resistência do ar é desprezível; logo, pra se calcular o tempo de queda, o ar não existe. Mas se jogarmos uma pena, veremos que o atrito com o ar é muito presente, não podendo ser ignorado. Assim também é na economia: sempre há um fator que se projeta mais que os demais. Essa filosofia é fundamental pra análise de toda movimentação financeira.
Agora, vamos nos familiarizar com alguns termos da economia.
- Inflação: a inflação, como todos nós sabemos, é o aumento generalizado dos preços dos produtos ao consumidor. Mas é importante ressaltarmos suas principais causas. Uma das mais comuns, principalmente nos países pobres dependentes da tecnologia estrangeira, é a inflação causada pela desvalorização da moeda local. Já que muitos produtos desses países são importados, quando a moeda local se desvaloriza, a moeda do país que vendeu esse produto é valorizada, tornando essa mercadoria mais cara. Essa desvalorização tem suas causas também, mas outra hora cabe explicar. Outra causa pra alta dos preços é o aumento exagerado do consumo ou a bruta desaceleração da produção. Quando isso ocorre, a procura pelos produtos aumenta muito, ou a oferta diminui. Aumentando-se a procura ou diminuindo-se a oferta, sobem os preços. Para balancear esses pesos, utiliza-se principalmente a variação na taxa de juros.
- Juros:Determinados pelo Banco Central do país, os juros são, entre outras coisas, a taxa de cobrança do Estado aos bancos que tomam emprestado do Estado para repassar à população. Os juros são a principal arma para se controlar a inflação. Leiam devagar e procurem entender todo o raciocínio. Ao se elevar a taxa de juros, os bancos têm mais dificuldades de pedir emprestado ao Estado; logo, a população não tem fácil acesso ao empréstimo (crédito), o que diminui a quantidade bruta de dinheiro em circulação. Com a diminuição da quantidade de moeda (que é uma mercadora como qualquer outra), ela tende a valer mais (menos oferta, maior o valor), e, com isso, os preços dos produtos tendem a cair. Vale ressaltar que, nesse caso, a inflação cedeu sobre uma diminuição no consumo, o que, de certa forma, atrasa um desenvolvimento a curto prazo. No caminho inverso, caso a inflação esteja sob controle e se deseje incentivar o consumo, os juros são abaixados para aumentar a circulação de dinheiro, proporcionando mais investimentos etc etc.
- Especulação:No mundo capitalista, a especulação financeira é, basicamente, o ato de injetar capital numa determinada instituição ou empresa, esperando que esse dinheiro possa render nas ações dessa empresa. Com a explosão da crise econômica, os olhares todos se voltaram à especulação, que se tornou a principal culpada por todo esse desmoronamento. Vamos ligar as pontas dos fios. Desde a segunda metade da década de 90, o setor imobiliário dos EUA era o ramo da economia que mais crescia, estava em franca ascensão, por causa da política de equilíbrio das contas internas buscada por Clinton, utilizando baixos juros. Então, muitas empresas resolveram investir (especular) nesse setor, já que seu rendimento era considerado certo e infinito. Com isso, as empresas que receberam essa injeção de capitais dos fundos de pensão ("bancos" de grandes empresas com fundos para especulação), começaram a se animar com tanto dinheiro que recebiam. Aí é que as coisas começaram a desandar. Esse monte de dinheiro também trazia algumas responsabilidades aos devedores. Por exemplo, os credores exigiam lucros altíssimos, para que o dinheiro investido rendesse bem. Assim, os devedores abaixaram excessivamente os juros de compra/aluguel de residências e diminuíram a fiscalização, facilitando o acesso a esse financiamento. Os consumidores, percebendo isso, tiveram a idéia de usar esse fácil crédito para outras finalidades, como pagar dívidas, fazer compras etc, etc. Depois de um tempo nesse mar de flores, surgiu a inadimplência no setor imobiliário. Junto a ela, os capitais especulativos que tão rápido chegaram, igualmente rápido saíram, desvalorizados, deixando as imobiliárias a ver navios. Havia sido feito todo um planejamento com o dinheiro que estava chegando ininterruptamente, e, de repente, esse dinheiro foi embora. Tá aí o problema que a gente enfrenta. É absurda a quantidade de empresas que se dedicaram à especulação imobiliária. Até mesmo bancos comerciais, montadoras de veículos e empresas do meio cinematográfico se envolveram com isso. Atualmente, discutem-se meios para controlar a especulação, mas noutro post eu comento sobre isso. Vale ressaltar que as imobiliárias se tornaram refém do capital. Esse fenômeno é comum com a "nova economia", a economia informatizada. Muitas vezes, empresas providenciam demissões em massa para satisfazer os investidores, que precisam que a empresa reduza seus custos para que os lucros aumentem. Por isso, a questão da especulação deve ser vista com muita cautela, e requer, acima de tudo, soluções efetivas para que não fiquemos à mercê de investidores.
Enfim, a economia tem muito mais detalhes, muito mais termos, sem falar nos conflitos ideológicos que não cabem aqui. Mas sabendo dessas coisas que citei, já dá pra entender um bocado do que se vê nos noticiários.